Vinho e poesia
“Poesias e vinhos nas canções
são misturas perfeitas, permanentes.” (Rosa Lia Dinelli) Aprendi muito cedo essas lições que hoje trago no fundo do meu ser como fossem difíceis de esquecer: poesias e vinhos nas canções se misturam e, nas variações que se fazem, demonstram, tão somente, o mistério que envolve muita gente e nos leva a pensar um pouco mais, pois receitas de vinhos são reais, são misturas perfeitas, permanentes. E, se vamos cantar os tempos bons sem demais nos deter nos que é ruim, vamos, pois, misturar, do início ao fim, poesias e vinhos nas canções na dosagem que prende os corações e liberta o pensar, liberta a mente. A receita é bem simples. Diferente é o seu praticar, o seu “know how”. É preciso saber que o bem e o mal são misturas perfeitas, permanentes. Quando o mal predomina, os corações, como pedras perenes, não têm cor, não conseguem sentir - nem dão valor - poesias e vinhos nas canções. Como pedras, se quebram. Explosões fazem todo o seu ser inconseqüente acabar como pó. Um pó somente. E não mais recupera seu verdor. Já não sabem também que amor e dor são misturas perfeitas, permanentes. Quando o bem prevalece, as atenções de repente se voltam para o céu e derramam nas folhas de papel poesias e vinhos nas canções. Vinho branco na pauta, em semitons; vinho tinto em uma harmonia quente; um rosé num poema é excelente. E, se é doce ou suave, é bom saber que as canções, no meu modo de entender, são misturas perfeitas, permanentes, são misturas repletas de ilusões que nos traz um bom vinho. Seu sabor ao poeta é perfeito, é tentador. Poesias e vinhos nas canções nos libertam da dor, das aflições, e nos fazem seguir, olhando à frente e não mais retornar ao deprimente e cruel desamor. E digo mais: poesias e vinhos dão mais paz, são misturas perfeitas, permanentes.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 28/06/2008
Alterado em 16/10/2009 |