Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Se eu nunca soubesse disso
“Se eu nunca soubesse disso,
era feliz sem saber.”
(Ismael Gaião)

Eu não sabia de nada
quando você escreveu.
Parece, agora, que eu
vou entrar nessa jogada
porque a palavra dada
há muito deixou de ser
jeito certo de dizer
e cumprir um compromisso.
Se eu nunca soubesse disso
era feliz sem saber.

Era feliz qual menino
a perguntar o porquê
de tanta coisa a fazer
que se perde em desatino
de quem governa sem tino
e na grana dá sumiço.
Se eu nunca soubesse disso
era feliz sem saber,
ficava sem conhecer
e sem fazer rebuliço.

Mas meu Padim Padre Ciço
alertou todo o sertão:
"Meu filho, não caia, não!
isso é coisa e tem feitiço!"
Se eu nunca soubesse disso,
era feliz sem saber.
Padim Ciço foi dizer
mas não ouviram a fala
e na urna o povo cala,
fica tudo por fazer.

Inda dá pra arrepender
e refazer compromisso.
Se eu nunca soubesse disso,
era feliz sem saber.
Mas eu sei. Que vou fazer
ante tanta embromação?
Vou esperar eleição
e dar meu voto certeiro,
vou dizer pro mundo inteiro
que não engulo essa, não!

Se eu nunca soubesse disso,
era feliz sem saber
que o voto, sim, faz valer
todo e qualquer compromisso.
O voto nulo é sumiço
em qualidade de vida.
Sua atitude é devida
ante a miséria do povo.
Tenha um compromisso novo
numa voz bem decidida.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 11/08/2012


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