Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Sextina da vida
Todo ser animado desta terra
ou pertence ou já pertenceu ao mar
e, se um dia passou por este mundo
e já teve exaurida sua vida,
ocupou seu lugar, já tomou corpo
a energia contida em sua alma.

E, se existe verdade que me acalma
em meu breve passar por esta terra,
é que um dia o que agora é o meu corpo
apoiou-se, também, no mesmo mar
de esperanças que ampara a minha vida
e me ajuda nas lutas deste mundo.

Mas não posso entender o mesmo mundo
em que vivo, se não entendo a alma
habitando e energizando a vida,
ocupando o seu espaço na Terra,
apesar de manter os pés no mar,
este mar que possibilitou o corpo.

E a certeza que tenho ganha corpo
e se mostra em seu todo para o mundo
em que vivo, e que chega a me tomar
de emoção, e me invade enorme calma,
e me tomo de amores pela Terra,
esta Terra que é toda a minha vida.

Ora, todo o sentido desta vida
está preso e contido em um só corpo
e espalhado nos cantos desta terra,
habitando e ocupando o mesmo mundo
em que habita e ocupa a sua alma:
um espaço qualquer no imenso mar.

Alma, corpo, água, terra, fogo e mar,
a essência de toda e qualquer vida:
uma vez tendo corpo, existe a alma;
uma vez tendo a alma, surge o corpo
e a vida aparece sobre o mundo
e não fica restrita só na Terra.

Ou me encontro na terra, ou estou no mar.
Quando vivo no mundo, eu sinto a vida.
O timão do meu corpo é a minha alma.

Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 07/04/2005
Alterado em 07/04/2005


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