Frustração
Com fel me fiz prazer, não mais que um gosto, eu sei,
mas rei não pude ser e nunca mais serei, pois dei minha coroa a quem não mereceu e a deu a um outro ser, e esse não sou eu. Valeu o meu intento? O meu valor foi falho? Eu valho alguma coisa? Alguém eu atrapalho? Um talho de inquietude abriu a minha mente e nem tentei sentir o que senti. Somente a gente pensa ser o que jamais pensou. Restou a ilusão de nunca ser quem sou, se vou ou não ser nada, e nada é quase o fim. Eu vim falar de tudo, e não falar de mim e assim termino um sonho, um sonho de ser rei. Deixei até delir anelos que sonhei. 25/06/2008 Soneto construído para fazer parte de uma coroa de sonetos em oficina de sonetos do Fórum do Recanto das Letras.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 26/06/2008
|