A cana da chã
O carro canta o seu gemido rouco,
os bois de coice seguem devagar mas o carreiro não pode esperar, que o engenho vai moer daqui a pouco. O seu chicote estala, a vara fura, e os bois se atiçam, numa pressa vã, levando a cana que cresceu na chã, na terra estorricada, terra dura. Na várzea é bem mais fácil de plantar e de colher, a água é abundante, o eito é produtivo e é grossa a cana. A chã, porém, é fértil e, apesar de acidentada e do sol escaldante, a cana é fina, mas é soberana.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 13/04/2005
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