Esse pecado que eu tenho
Eu te conheço de muito
e não te conheço em nada; quando te vejo, percebo como o pecado da carne é um gostoso prazer, um reviver pelo amor, a panacéia da vida. Não te conheço em nada mas te percebo de muito; teu caminhar, teu andar me cativou como pode ser cativado um vivente com sangue quente de amor pelos mistérios da carne, pelos olhos da paixão. Eu te percebo de muito e de muito já notei como é gostoso gostar desse pecado danado que se entranhou no meu ser, que empanou meu olhar só em pensar no prazer de te olhar e de ver como é gostoso pecar esse pecado do amor. Eu de muito já notei que esse pecado que tenho cravado em meu coração tem teu sabor, tem teu cheiro, tem o som da tua voz, o rebolar do teu corpo e o brilho dos teus olhos; esse pecado que tenho tem o teu nome, és tu. Esse pecado que eu tenho foi semeado por ti no solo fértil da carne com muito adubo de amor, e meus olhos, meus ouvidos, todo meu ser o cultiva e ansioso te espera; eu quero junto contigo colher seu gostoso fruto. 07/08/1990
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 15/04/2005
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