O azeite e o caroço
“Quem prova o sabor do azeite
aceite o caroço depois.” (Reinaldo N. Luciano) ----- “Quem prova o sabor do azeite aceite, então, o caroço.” ----- Quem quer viver na fartura e se esbaldar no seu vício entenda que todo início é coisa linda, é ternura, e depois vem a fatura, a parte ruim, chumbo grosso, uma carne de pescoço, um bafafá... Mas aceite. Quem prova o sabor do azeite aceite, então, o caroço. É coisa certa esse dito: o que é bem bom dura pouco. Acaba ficando louco e sucumbe num conflito exacerbado, esquisito e sem sabor, pão sem leite quem prova o sabor do azeite. Aceite, então, o caroço. A carne tem sempre um osso a lhe servir como enfeite. Quem só quer café com leite e pensa em favos de mel há de provar desse fel bem antes que o sol se deite. Quem prova o sabor do azeite aceite, então, o caroço, ou vai comer sempre insosso o que com sal é melhor. Ninguém come mocotó se não quiser roer osso. Se lá no fundo do poço a água é doce, aproveite. Quem prova o sabor do azeite aceite, então, o caroço e vá bem fundo. Esse esforço é salutar, saiba disso. É melhor ter compromisso e no seu tempo cumprir do que do mesmo fugir, pois vai perder todo o viço. Quem prova o sabor do azeite aceite, então, o caroço e não fique só no esboço. Arrisque todo o deleite e não se prenda ao enfeite. O caroço é passageiro, o seu destino é certeiro e você logo se esquece. Afinal, você merece algo melhor, companheiro!
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 18/04/2005
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