Pesadelo
A treva povoava a noite escura,
e nessa escura noite um vulto eu vi, correndo feito louco, qual zumbi, que não encontra a alma que procura. O vulto iluminava, em vã brancura, um campo devastado, um cariri em que jamais se ergueu um taquari, tamanha e imensa a carga de amargura. A luz que alumiava o branco vulto em nada parecia a um vagalume, em nada se igualava, não luzia. Em noite escura, em quarto escuro oculto, eu me vi nulo, igual facão sem gume, e a noite se fez breu à luz do dia.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 29/05/2010
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