Alforria
Se invento ou se floreio o meu falar
com sons que não se escrevem, sem saber como dizer o indizível, ser fiel nesse meu modo de pensar, se uivo para a Lua, ou grito ao mar, se choro ou rio, é todo o meu viver que solto em brado forte de prazer e contrição, e a dor me faz gritar. Se eu grito, estou louvando a liberdade, a vida, que me envolve e me domina, entanto me permite ver o céu. Mas, quando eu calo, um sopro de saudade, um choro manso, com voz feminina, amansa o meu sofrer, me tira o fel.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 05/10/2011
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