Só quero que você seja feliz – Prefácio
Algumas pessoas acreditam em destino. Outras têm a convicção de que há almas gêmeas. Ainda outras creditam tudo à vontade de Deus. De uma forma ou de outra, ou talvez não existindo nenhuma razão aparente, ocorre que muitas vezes vemos duas vidas – que, pelo seu passado ou pela sua história, não teriam como se imaginarem unidas, pois galgam caminhos distintos e distantes – confirmando o que a física diz das paralelas: no infinito está sua união. O infinito, na visão física, pode ser o inatingível. Porém o homem, imagem e semelhança de Deus, tem como infinito todo o seu plano de vida mixado ao plano espiritual, algo que não tem início nem fim permeado por momentos que podemos dimensionar: nosso viver individual.
Brian Eyre nasceu na – para nós, brasileiros – longínqua Irlanda. Teve sua educação firmada em pilares aparentemente – só aparentemente – diferentes dos nossos. Educou-se religiosamente e tomou como meta a vida missionária. E algo além de nossa imaginação o direcionou para o Brasil. Tão grande Brasil, veio apegar-se a uma pequena comunidade cristã em uma cidade do Nordeste. Marta Isabel nasceu nessa cidade do Nordeste brasileiro, porém em um momento em que Brian era um longínquo desconhecido. Os exemplos de vida de sua família e sua firme religiosidade também a fizeram seguir a carreira religiosa, na área de educação de jovens. E foi com esse matiz que ela cumpriu ordens de difundir a educação em outras plagas do Nordeste para, em um determinado momento, chegar àquela comunidade que pouco tempo antes recebera Brian. Um homem e uma mulher, com firmes propósitos de difundir a educação e a religião, e nesse propósito poderiam seguir seus caminhos paralelos, encontraram aquele ponto infinito e suas vidas paralelas sentiram a atração mútua: a força que une um homem e uma mulher. Estavam os dois sob ordens e decisões humanas que determinavam a vida celibatária, solitária quanto ao sexo, embora solidária quanto ao aspecto humano. Ordens humanas não se sobrepõem a desígnios divinos, desígnios que se revelam por características físicas ainda tão estudadas e não elucidadas: a atração entre um determinado homem e uma determinada mulher. Ora, não há condições excludentes, não do ponto de vista de um homem e uma mulher ao olhar de Deus. As normas podem ser aplainadas e – se não o forem – contornadas. Se por um lado – o de Brian – houve demora na aceitação de seu pedido de dispensa do celibato mas uma receptividade por parte de seus superiores, por outro – o de Marta – a aceitação foi rápida mas a receptividade das superioras deixou a desejar, e muito! O exemplo de vida, resignação, superação e perseverança dos dois religiosos que se uniram em matrimônio sem perder a religiosidade mereceu – como merece – ser contado em um livro como este, para deleite de seus numerosos amigos que presenciaram, acataram e apoiaram essa união, com suas preces e palavras carinhosas, bem como para uma imensa massa que ainda resiste à quebra de preceitos esdrúxulos, para que, nesses casos, a bela história sirva de exemplo. 21/04/2013
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 31/05/2013
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