Chorar, chorar...
Cuidei com todo amor da taça de cristal,
tirei a sujidade em volta, limpei tudo, entanto agora eu sei, e nisso eu não me iludo, o vento ao seu redor lhe fez imenso mal, pois, quando eu mais amei, talvez sem nada igual, a taça fez-se barro e, em estertor agudo, abriu-me imensa chaga e, num soluço mudo, o meu amor rompeu-se. Eu sou um ser mortal, e o sentimento forte agora é imensa dor, aquele cristal lindo arrebentou de vez e não encontro como eu possa reparar. O que eu pensei outrora amar feriu-me fundo, um ferimento amargo, um ferimento imundo, e o que me resta agora é só chorar, chorar... 02/11/2022
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 09/11/2022
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