Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Soneto 145 de William Shakespeare
autor: William Shakespeare
tradução: Paulo Camelo

Aqueles lábios, feitos pelo amor,
exalam sons que dizem “eu detesto”.
Então, definho ao não sentir ardor
no que ela disse, num dizer honesto

ao coração, num gesto de perdão
ou de doçura pelo que antes disse,
um gesto doce de condenação
que me ensinasse o que eu jamais sentisse.

E repetiu: “detesto!” E assim findou,
seguindo o afazer suavemente
e, vindo a noite, ela endemoniou
e fez do céu o inferno, de repente.

Então, esse “eu detesto” jogou fora
e me salvou: “não é você agora”.

28/5/2025
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 28/05/2025


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