Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Soneto 127 de William Shakespeare
Autor: William Shakespeare
Tradução: Paulo Camelo

Outrora o negro era um padrão não belo
ou, belo fosse, assim não se chamava.
Agora mostra-se um herdar singelo,
embora falem mal, e assim se agrava

a forma de vestir-se a natureza,
embelezando o imundo e falso rosto.
O belo não tem nome, ou realeza;
ele é profano, vil, não galga posto.

Os olhos da senhora, negros, são
iguais a um corvo, a se vestir de luto,
e escondem, na beleza, uma ilusão
da criação, um falso irresoluto.

Aflitos sentem-se, em lamento pobre,
e essa beleza o verbo então descobre.

01/06/2025
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 01/06/2025


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