Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Outro dia, talvez...
Um mundo de sons,
de vozes, de risos,
de danças, bailados,
de doces canções,
de saias rodadas
gingando faceiras,
girando nos pisos
de grandes salões
fugiu-me ao desejo,
ficou na vontade.

A vida vivida
em belas noitadas
pelas madrugadas
nas mesas de bar
foi-se consumindo
pelas noites frias
seguidas de dias
gelados, sem graça,
morreu de vontade
de um dia te amar.

Nesta roda viva
do meu dia-a-dia
eu vivo penando,
pensando no amor
que eu tenho guardado
pr’um dia te dar,
pois esta beleza
que emana de ti
é bem diferente
do meu desamor.

O amor bem guardado
no meu coração,
expresso nos passos
de um leve dançar
e no palpitar
de mãos se tocando,
é amor diferente
que brota da gente,
é vida que vive
sem pressa de amar.

Se a vida é tão breve
e o tempo não pára
e a força da vida
se exaure entre as mãos,
se o mundo, tão triste
e cruel, nos separa,
o amor é mais forte
e espera o momento,
e na hora devida
ele rompe as amarras.

O meu modo hedonista
de amar sem fronteiras
e de ver no amor
a energia da vida
me leva a sentir
o que eu sinto por ti
e permite expressar
todo meu amor,
e com todo fervor
me permito te amar.

E sem pressa de amar
eu te espero outra vez,
pois o meu coração
inda guarda o calor
que o teu corpo irradia;
outra noite, outro dia,
outra hora, talvez...
tomarei tua mão,
sentirei teu amor
em meu ser se aninhar.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 30/03/2005


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