Paulo Camelo

Poesia é sentimento. O resto é momento.

Textos

Já vi o filme
Relaxa, goza e inda diz
que está tudo muito bom.
E diz isso alto e em bom tom
pra a multidão infeliz
que não tem mais nem juiz
pra defender a razão.
O juiz, na contramão,
transforma tudo em pagode
e a população não pode
agüentar mais essa, não.

Precisamos de dar jeito
em todo o nosso Brasil.
É a ponte que caiu,
é o parque do prefeito,
é um trambique bem feito,
um senador boiadeiro
enrolando o mundo inteiro
a dizer que não tem medo.
Mas em mim não falta um dedo,
eu vi o filme primeiro.

Pode ir tudo pro espaço
e não há lugar que agüente
o que vai nessa corrente.
Eu vou dizer o que eu faço
pra comemorar: eu passo
em frente às torres, e grito:
Vão todos lá pro infinito,
de onde não haja volta.
Da boca um grito se solta
e um palavrão eu vomito.

Governar com honradez
não é tema pra promessa.
Eu já não caio mais nessa
de ouvir mais uma vez
o que fez e o que não fez,
como se o não fazer
fosse normal, pr’inglês ver.
Ser honrado é obrigação
de todo bom cidadão
e do político é dever.

Dizer que isso é tudo intriga
da turma da oposição,
como se a situação
pudesse esquecer a briga
é demais. Mas há quem diga
- e eu sei que nisso há demais -
que senador é capaz
de se sair de fininho.
É branco o seu colarinho,
eu bem sei. Quem rouba mais?
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 23/02/2008
Alterado em 23/02/2008


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