Nas curvas dessa mulher
Se fossem retas, talvez
eu não aceitasse o tema. Mas não há nenhum problema em derrapar quando em vez nessas curvas que Deus fez e que todo homem quer. E eu, que já sei como é que se faz, nem vacilei: corri, brinquei, derrapei nas curvas dessa mulher. E mais houvesse, pra ver como é que eu sei brincar, pois não há nenhum lugar nessa musa, nesse ser, que minha mão não vá ter pra manter a sua lei. Corri, brinquei, derrapei nas curvas dessa mulher. E eu não sou um qualquer; eu sei agir como um rei, um rei que faz sua lei para agradar à rainha. E eu, que já tenho a minha, fui mais fundo e não voltei: corri, brinquei, derrapei nas curvas dessa mulher, e seja o que Deus quiser (e eu acho que Deus entende esse meu fogo que acende e não apaga sequer quando estou longe). Se der, eu faço mais outra lei. Corri, brinquei, derrapei nas curvas dessa mulher pois, se eu não quero, ela quer e já me acende outra vez nas curvas, na maciez da sua pele cheirosa, uma pétala de rosa, um lírio real, talvez. Corri, brinquei, derrapei nas curvas dessa mulher. Nos braços de quem me quer eu fui mais longe. Hoje eu sei que, pela força da lei da Natureza, o meu braço há de relaxar o laço... E daí? Eu já vivi, já derrapei, já corri, já dormi no seu abraço.
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 31/03/2005
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