Eu quero é dormir na praça
(Mote de Dulce Lima)
Dizem uns que é mais sensato olhar o mundo que passa à distância, sem contato, ou mesmo pela vidraça. Eu já não ouço essa fala e não agüento outra sala; "eu quero é dormir na praça". Eu me abracei com "Celite", estava só de cachaça. Não era labirintite, pois ressaca logo passa. Eu passei água na boca e gritei, numa voz rouca: "eu quero é dormir na praça"! Veio lá do oriente essa peste, essa desgraça, obrigando toda a gente a se abrigar, com mordaça. Eu me defendo, asseguro, entretanto, eu penso, eu juro: "eu quero é dormir na praça". O tal do Coronavírus nos trouxe a terceira guerra, entanto, não se ouvem tiros nos quatro cantos da Terra. "Eu quero é dormir na praça", mas, enquanto ele não passa, ou se resguarda, ou se ferra. Não me engano co'essa gente, eles gostam de arruaça. Eu penso bem diferente: "eu quero é dormir na praça" e sentir a natureza em mim, com toda a beleza. Não me interessa a desgraça. 04/04/2020
Paulo Camelo
Enviado por Paulo Camelo em 11/05/2020
|